O joelho da mulher

O joelho da mulher tem algumas alterações em relação ao homem que merecem atenção. Esporte, gravidez, salto alto e obesidade podem causar desgaste acelerado e deve receber tratamento especializado, para permitir vida longa sem dores.

O congresso americano deste ano 2012 trouxe varias novidades para tratamento de joelhos com desgaste, que vamos mostrar a seguir.

Algumas mulheres tem uma angulação(desvio) dos joelhos que desgasta a articulação da parte da frente, onde está a rótula (patela). Este processo se inicia com um rangido ou estralos sem dor, com uma sensação de “areia dentro do joelho” e vai progredindo, com cansaço nas pernas e inchaço; é a condromalácea grau 1.

Um sinal de alerta é quando a dor aparece, indicando que tem algo errado. No começo só aos esforços, corridas, muito tempo com salto alto, muito tempo sentada ou em pé, e vai progredindo para dor constante, rangido que dá para ouvir, estralos fortes; é a condromalácea grau 2.

No grau 3, já há dor e inchaço quase constante, a pessoa já sabe o que piora as dores e começa a evitar algumas coisas, como salto fino, descer escada rápido, atividades físicas. Isto causa uma alteração do ritmo normal de vida e merece atenção urgente de um especialista.

No grau 4 o desgaste já é intenso, ha alteração do aspecto do joelho e restrição de movimento e força.

Cada caso deve ser analizado como um todo, pois existe atualmente tecnologia suficiente para resolver cada uma das etapas do problema, devolver a qualidade de vida, capacitar para atividade física, levar uma vida normal. Veja as opçoes de tratamento a seguir.

O tratamento da condromalácea 
Todo tratamento deve ser planejado por algum médico com experiência no assunto, pois cada pessoa costuma reagir de uma forma e tem suas preferências; por exemplo, não adianta pedir para fazer hidroginástica se a(o) cliente não gosta de piscina.
Em linhas gerais, para informação, temos:

  • Na fase de desgaste grau 1 (90% das mulheres e homens), devemos retirar o que está de errado. Difícil, mas sobrepeso, salto alto, excesso de exercícios são os vilões em 80% das vezes. A fisioterapia para fortalecimento do joelho e evitar piora das dores é muito importante.
  • Na fase 2 (só 30%), ajuste de calçado, planejar reabilitação com personalização da fisioterapia/musculação, onde dispomos de profissionais com experiência e anos de bons resultados. Palmilhas, acupuntura e pilates em alguns casos também tem ótimos resultados. Se não tratar, o desgaste evolui para ponto irreversível e pode precisar de cirurgia do joelho por artroscopia, para evitar prótese de joelho
  • Na fase 3 (5-10%), entramos nos fatos que ninguém quer ouvir: alta possibilidade de cirurgia, para evitar prótese de joelho nesta fase. A cirurgia que realizamos é a artroscopia com realinhamento patelar. Dois furos tradicionais, anestesia local com sedação. Pela experiência que temos já dá para falar que o resultado é bom. Uma pena que às vezes o desgaste já está avançado. Nestes casos, precisamos fazer um outro tratamento, que são as injeções para desgaste de cartilagem(será discutido em outro artigo), com suplementação de hialuronato.
  • Fase 4(2%): desgaste grave da articulação, com grande chance de precisar de cirugia (prótese), SE TIVER ALGUM DESTES SINTOMAS: restrição de movimento; dor incapacitante, desvio do eixo do joelho(arqueado), artrose do femur e/ou tíbia.
  • Se não tiver estes sintomas, nem obesidade, pode ser tratado como grau 3.

Isso tudo, porém, ainda não justifica o número cada vez mais alto de mulheres reclamando das dores na articulação. As mulheres tiveram uma mudança de perfil esportivo. Antes, praticavam modalidades de menor impacto e agora participam de modalidades de maior intensidade como a corrida de a rua, por exemplo e, aliás, de maneira bem mais competitiva, analisa.

Uma das estruturas que padecem nessas esportistas é o ligamento cruzado anterior, que serve de elo entre a tíbia e o fêmur. Há oito anos, 3% dos casos de problemas nesse ligamento diziam respeito às mulheres. Hoje elas já representam 10% dos pacientes, calcula Fabiano Gonçalves Cunha.

A saída para prevenir boa parte dos problemas é preparar o corpo especificamente a área do joelho antes de cair de cabeça em qualquer esporte. Não importa a modalidade, sempre é bom reforçar os membros inferiores praticando sessões de musculação intercaladas aos treinos, indica o especialista. Claro que, para isso, é fundamental contar com um bom orientador.

Um aquecimento que simule os movimentos do esporte também é benéfico, deixando a articulação a postos. E, claro, os calçados podem fazer toda a diferença. Eles precisam de um bom sistema de amortecimento para absorver o impacto, minimizando o trabalho dos joelhos. O ideal é escolher um modelo específico para o esporte que será praticado. Isso evita pisadas erradas. Elas são capazes de castigar os tendões, ainda mais se houver exagero nos treinos.

Quando as lesões aparecem, a saída pode ser o bisturi. E vamos logo avisar: o processo de recuperação é lento. Para ter uma idéia, são necessários seis meses até que alguém com o ligamento cruzado anterior rompido possa voltar a se exercitar sem problemas. Além do mais, uma contusão grave como essa pode indicar que a pessoa tem uma predisposição para o incidente. Paciência e fisioterapia, mais do que nunca, são fundamentais. Quem desiste e não se trata direito dificilmente volta aos esportes. E quem não pratica um esporte, por sua vez, pode ter dores de cabeça muito piores do que as dos problemas nos joelhos.

Para versão em audio visite: http://www.midiasport.com.br/artigosDetalhes.php?cd=80

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