A luxação do ombro é nada mais do que o deslocamento entre dois ossos importantes da região: o úmero que se solta da cavidade da escápula. Muito comum em atletas, a lesão pode causar dor no ombro intensa, entre outros problemas.
O que é
O ombro é formado por três ossos distintos (úmero, escápula e clavícula), que se interligam por meio de mecanismos estabilizadores (lábio, cápsula e manguito). Esses últimos são responsáveis pela variação de movimentos e também pela flexibilidade do ombro.
Como em qualquer parte do corpo, a luxação corresponde à perda do contato articular. Ou seja, quando há a disjunção de dois ossos que normalmente se encontram em contato constante, interligados por uma área cartilaginosa.
A luxação do ombro acontece, especificamente, quando a parte superior (cabeça) do úmero se desloca da cavidade da escápula, conhecida também como glenóide.
Quais as causas
O ombro fora do lugar geralmente ocorre após uma força indevida que sobrecarrega os mecanismos estabilizadores, causando dor intensa, lesão do manguito rotador e artrose no ombro.
Existem dois tipos de lesões. O anterior – com o maior número de incidências – e o posterior.
No primeiro caso, o úmero se encontra postado à frente dos demais ossos que compõem o ombro. Esse tipo de lesão corresponde a mais de 90% dos casos de luxação na região e está diretamente associada à prática indevida de atividades físicas.
Já no caso da luxação posterior, o úmero é deslocado para trás dos ossos do ombro. Apesar de raro, esse tipo de lesão é geralmente ocasionado em vítimas de acidentes automobilísticos, visto que o braço se encontrava esticado no instante que sofreu o trauma súbito. Na maior parte dos casos, os motoristas são os principais lesionados, já que estavam guiando o volante do veículo. Choques elétricos e convulsões também podem causar a luxação posterior.
Qual o grupo de risco
Quem acompanha esportes com frequência já deve estar familiarizado com a luxação do ombro em determinados atletas. Principalmente em atividades que dependem da força do braço para o melhor desempenho. Por isso, esportistas ligados ao voleibol, ao basquetebol e à natação são as principais “vítimas” do ombro deslocado.
Porém, isso não impede que atletas de outras modalidades sejam acometidos por esse tipo de lesão. Até mesmo no futebol, dependendo do movimento e impacto desempenhado para defender uma bola, pode deixar o goleiro com o ombro fora do lugar.
Praticantes de atividades físicas, que não são necessariamente atletas profissionais, também estão no grupo de risco. Quem desempenha musculação, por exemplo, pode correr o risco de ter um ombro deslocado após o levantamento de peso.
Quais os sintomas?
Comumente a dor no ombro é o principal sinal de luxação. Inclusive, o incômodo pode se irradiar pelo braço e pescoço.
Dependendo de alguns casos, é possível observar uma diferença de altura entre os dois ombros. Geralmente o lado deslocado poderá estar mais alto ou mais baixo que o normal, com aparecimento de protuberância sob a pele.
Tanto nos casos de luxação anterior, quanto superior, o paciente se queixa da limitação de movimentos simples, que já não podem ser desempenhados com eficiência, sem ao menos uma pontada de dor no ombro.
Diagnóstico
O diagnóstico é realizado de forma clínica pelo próprio médico. O ortopedista responsável pelo atendimento do paciente fará a comparação entre o ombro lesionado e o normal, para averiguar uma suposta irregularidade.
Geralmente o profissional realiza o exame por meio do toque na região. Se o úmero for identificado fora do lugar, o diagnóstico de luxação será comprovado.
Além disso, o médico realiza uma série de exames musculares para observar se não há limitação de movimentos no punho e cotovelo, ou se algum tipo de sensibilidade no braço é constatado.
Tratamentos possíveis
Após o diagnóstico do ombro fora do lugar, o próprio ortopedista fará a recolocação do úmero na cavidade da escápula. Quando encaixado, os sintomas são abrandados de forma imediata. Lembrando que para esse procedimento, muitas vezes o profissional se utiliza de anestesia local e até analgésicos para o alívio da dor. Em seguida uma radiografia é requerida, para comprovar se houve a recolocação correta do osso.
Porém, a mobilidade poderá ser recuperada de forma integral, a partir da sexta semana após o procedimento. Nesse período o paciente deverá ficar imobilizado com uma tipoia. Em alguns casos, dependendo da idade e da situação física, o médico poderá enfaixar a região lesionada. Durante esse tempo, a recuperação gradativa pode ser beneficiada com um tratamento fisioterapêutico.
Em casos extremos, como na luxação superior, o médico pode recomendar uma cirurgia para o encaixe correto do ombro deslocado.
Prevenção
As chances de ter uma nova luxação no ombro aumentam para aqueles já tiveram a lesão anteriormente. Para prevenir o problema, médicos e fisioterapeutas recomendam o fortalecimento muscular da região. Assim novos deslocamentos de ombro poderão ser evitados.