Baixa umidade do ar: Confira alguns cuidados importantes durante a prática de atividades físicas

Autor: Dr. Rodrigo Resende Palhares

Adeptos dos esportes praticados ao ar livre, podem achar que treinar em um dia ensolarado e sem chuva seja agradável. Mas, esse cenário típico do outono exige alguns cuidados especiais.

Entre os principais cuidados, é essencial que o praticante de esporte seja orientado por um profissional e que acima de tudo, respeite seus limites individuais.

Usar roupas leves, diminuir a intensidade do exercício em pelo menos 20% nos dias mais secos e escolher o melhor horário para treinar, geralmente antes das 09h30 e depois das 16h30, são alguns dos cuidados essenciai para quem treina ao ar livre nas épocas do ano em que o tempo está mais seco. Um sinal comum de corredores em clima seco é a cãibra muscular, que pode indicar um perigo de desidratação e são um sinal de que é hora de parar para beber água.

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que para garantir um treino seguro e uma pratica saudável de qualquer atividade física ao ar livre, a umidade relativa do ar deve estar entre 5% e 50% e a temperatura ambiente não deve ultrapassar os 29°C. Com dados do INPE, em São Paulo, a umidade do ar na semana passada foi, em media, 30%, muito abaixo do limite inferior aceitável.

Quanto à hidratação, deve-se alcançar a ingestão de 300 ml de água 40 minutos antes da atividade física e mais 200 ml a cada 20 minutos de prática. Em atividades com duração maior que 90 minutos é aconselhável que a hidratação seja feita com bebidas específicas para esportivas ou mesmo água de coco.

São Paulo, a capital do estado, tornou-se uma das cidades mais secas do país nos últimos dias, e de acordo com os médicos do esporte e especialistas, durante as atividades físicas, a maioria dos praticantes respiram pela boca, aumentando a inalação de ar que não foi adequadamente umidificado e aquecido pela mucosa do nariz. Isso pode provocar irritação nas vias aéreas e uma crise de asma em pessoas com predisposição à doença.

Nós também apontamos que se por um lado, no tempo seco, há a vantagem de transpirar com mais facilidade, aumentando a perda de calor para o ambiente por evaporação do suor, por outro lado, há uma perda de líquido mais abundante e maior risco de desidratação. Sem uma reposição adequada de água, o organismo passa a usar mecanismos compensatórios para conseguir manter a intensidade da atividade, portanto a frequência cardíaca pode aumentar de forma excessiva, tentando compensar um menor volume de sangue circulante dentro dos vasos sanguíneos. Em condições climáticas desfavoráveis, pode-se sobrecarregar o coração e, caso não se esteja bem preparado, é possível entrar em uma zona perigosa e situações de risco.

Não desencorajamos a prática de exercício físico nesta época, mas recomendamos orientações antes da prática. Dentre os problemas que podem ocorrer com a prática de exercícios físicos durante o tempo seco, estão: complicações alérgicas, sangramento pelas narinas, ressecamento da pele, irritação dos olhos, sensação de garganta seca, cansaço precoce e excessivo para uma intensidade de exercício normalmente bem tolerada em condições climáticas favoráveis, e se o praticante apresentar predisposição a alterações cardíacas, esta condição climática pode aumentar as chances de eventos desagradáveis a saúde. Antes de praticar atividade física, procure um especialista na area para conhecer sua condição de saúde e física e aproveitar ao máximo os benefícios da atividade!

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